Pelotas
A época das praças chegou
Áreas verdes e de lazer da cidade têm atraído grande parcela da população, principalmente aos finais de semana; melhorá-las é o desafio do Poder Público
Fotos: Carlos Queiroz - DP
Toalhas ao chão, cadeiras de praia à sombra, um chimarrão, amigos e família. Com a chegada de dias mais ensolarados e quentes, a cena ganha força e multiplica-se pelas principais praças da cidade, especialmente aos finais de semana. De locais já consagrados como o Parque da Baronesa, até pontos há pouco descobertos, como a praça da Rodoviária, a população têm marcado presença e aproveitado para usufruir e reivindicar um espaço público de qualidade e acessível a todos.
A movimentação não surpreende o professor Maurício Polidori, diretor da Faculdade de Arquitetura (Faurb) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Para ele, a população pelotense tem um histórico de apropriar-se facilmente dos espaços públicos e têm grande aceitação em propostas que envolvam estar ao ar livre e em área verde. No entanto, critica a carência de estrutura e a falta de políticas públicas. "Pelotas tem um grande número de praças, mas, na prática, a maioria são apenas superfícies verdes e não oferecem algo. É preciso qualificar o que se tem, este é o grande desafio."
O secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Sosu), Luiz van der Laan, afirma que a manutenção das áreas verdes pelotenses fica a cargo de uma equipe que visita periodicamente os 111 hectares de praças, espalhados entre 192 pontos. "A limpeza e resolução de problemas como energia elétrica são feitos a cada três meses, mais ou menos, mas a comunidade pode solicitar a qualquer momento", explica. Os cuidados são divididos ainda com a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA).
Rodoviária
Um dos locais cada vez mais ocupados pela população pelotense, a praça na Estação Rodoviária de Pelotas contempla, ao mesmo tempo, o público infantil e adulto com atividades de recreação e uma ampla área verde. Por isso as mães e amigas Bruna Monkes e Michele Andrade são frequentadoras assíduas da praça. Ali, contam, os filhos encontram brinquedos dos mais variados tipos enquanto aproveitam para conversar e descansar à sombra.
O crescente movimento no local despertou a atenção da família de Cláudio Soares, moradores do Fragata, que pela primeira vez se fez presente no local. "É próximo de casa, mais sossegado do que a Duque de Caxias e bom para as crianças. Aprovado", diz.
Parque Dom Antônio Zattera
Referência como um dos pontos de lazer mais procurados pela população pelotense há anos, o parque Dom Antônio Zattera vê sua ampla área verde ser cada vez mais ocupada pelos mais diferentes públicos, com as mais diferentes atividades. Os clássicos brinquedos são um atrativo até mesmo a quem vem de pontos mais distantes da cidade, como Letícia dos Anjos, moradora do Simões Lopes. Apesar de aprovado o espaço, há preocupação, alerta a mãe. "Aqui é muito bonito e as crianças adoram, mas os brinquedos estão muitos velhos e precisando de manutenção."
Longe da agitação dos pequenos, grupos de amigos aproveitam para se encontrar, como no caso de Juciara da Fonseca, Michele e Rudinei Moraes. O trio é fã da área verde para momentos de lazer e descanso. "Mesmo não tendo o costume, se acaba saindo mais de casa no calor e as praças são as primeiras opções pelo ambiente agradável e sem custos", diz Juciara.
Parque da Baronesa
Entre as movimentadas avenidas Domingos de Almeida e Ferreira Viana, o parque da Baronesa se apresenta como um local de tranquilidade e cheio de atividades que já faz parte da rotina dos pelotenses. O espaço histórico atrai e conquista público de toda a cidade, como por exemplo Maicon Lopes e Sheila Corrêa, moradores do Fragata. "Para quem passa a semana na correria e em lugares fechados é a melhor opção, além de estar muito bem cuidada", afirma Maicon. Alex e Denise Moreira também vêm da mesma região e contam frequentarem mais a praça da Rodoviária, porém consideram o parque da Baronesa um espaço de lazer muito bom, bastante frequentado e bem conservado.
Praça Coronel Pedro Osório
No coração do centro histórico, a praça Coronel Pedro Osório vê o constante ir e vir dos dias de semana sossegar e espalhar-se pelos seus bancos e áreas verdes aos domingos. Em cada ponto, um grupo. O público jovem e universitário lota o gramado no encontro das ruas Lobo da Costa e 15 de Novembro. As crianças, pela Félix da Cunha, e famílias tomam chimarrão pelo chafariz da área central. O casal Carmem Xavier e Éldio Gonçalves conta que apesar de não irem com frequência a parques e praças, optam, quando assim o fazem, pela Coronel Pedro Osório devido à localização central, à flora diversificada e, claro, por poderem observar muito da história pelotense ao redor.
Pelos bairros
Não são somente as praças centrais que chamam a atenção e se mostram como locais de referência para o lazer da comunidade. Nos bairros, são a primeira opção de quem não tem possibilidade de se deslocar a pontos mais distantes. No Areal, a praça da Liberdade é um destes locais. Recentemente o espaço recebeu grande manutenção, além da instalação de brinquedos e limpeza. Moradores contam que ainda há muitas pessoas que usam a praça para descarte de lixo, mas o envolvimento da comunidade local tem ajudado a manter a praça mais limpa e cuidada. Na praça da Alfândega, na região do Porto, também há envolvimento dos vizinhos, onde uma horta comunitária é mantida pelos residentes da Oca, espaço cedido pela UFPel para uso temporário de alunos em trânsito pela Universidade.
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